Duas embarcações com 747 imigrantes procedentes da Líbia chegaram neste sábado à ilha italiana de Lampedusa após serem socorridas por lanchas da patrulha marítima, informaram fontes da Guarda Costeira.
Este foi o quinto desembarque em poucas horas registrado no litoral italiano com imigrantes procedentes do Norte da África, somando um total de 1.224 pessoas, oriundas em sua maioria da Líbia, com exceção de um pequeno barco proveniente da Tunísia.
Um dos barcos recém-chegados a Lampedusa tinha 347 pessoas a bordo e o outro, 400.
Na sexta-feira, cerca de 500 pessoas procedentes do Norte da África chegaram à costa da Itália a bordo de três barcos --dois dos quais se dirigiam a Lampedusa e o terceiro à cidade italiana de Pantelleria, na ilha da Sicília.
Uma das embarcações de sexta-feira, com 247 pessoas a bordo e procedente da Líbia, foi interceptada a cerca de 80 quilômetros de Lampedusa quando se encontrava à deriva e a ponto de naufragar, informou a Guarda de Finanças da Itália (Polícia do Ministério de Economia).
Segundo as fontes, os passageiros foram transferidos a três navios da Capitania dos Portos e a uma patrulheira da Guarda de Finanças, antes de o barco afundar.
Os imigrantes foram transferidos ao centro de assitência humanitária da ilha, onde se encontram outros 300 imigrantes ilegais, a maioria deles tunisianos, que aguardam deportação.
Pouco depois, outro barco com 175 imigrantes também provenientes da Líbia foi rebocado por uma lancha patrulheira da Guarda de Finanças ao sul da ilha de Lampedusa.
Outros 55 imigrantes que viajavam em uma embarcação procedente também da Tunísia foram auxiliados pela Guarda Costeira a poucos quilômetros de Pantelleria.
EXÔDO
Neste ano, desde o início dos protestos pró-democracia e conflitos civis nos países do Norte da África, diversas embarcações superlotadas com destino à Europa têm atravessado o Mar Mediterrâneo levando imigrantes que buscam refúgio ou melhores condições de vida fora de seus países de origem.
No dia 12 de maio, a UE (União Europeia) deu um primeiro passo para restabelecer os controles pontuais em suas fronteiras internas com o objetivo de enfrentar a imigração ilegal, mas se comprometeu a ir com cautela para evitar colocar em perigo o tratado de Schengen (de livre circulação entre os europeus).
Os países europeus concordaram em examinar a proposta da Comissão Europeia para reintroduzir os controles como "último recurso" e em "condições claramente definidas e excepcionais", indicou a comissária de Imigração, Cecilia Malmstrom, durante uma reunião em Bruxelas de ministros do Interior da UE.
O aumento da chegada de imigrantes norte-africanos à Europa devido à "primavera árabe" fez os 27 países que compõem o bloco europeu solicitarem uma revisão do tratado de Schengen.
Das 750 mil pessoas que fugiram nas últimas duas semanas do conflito líbio, apenas "umas poucas chegaram à Europa, mas são suficientes para fazer refletir sobre como devemos enfrentar" a situação, argumentou Malmstrom.
Esta é a razão da opção dos países da UE de decidir estudar a possibilidade de reinstaurar controles fronteiriços, uma questão que os chefes de Estado e de governo voltarão a debater em uma cúpula no dia 24 de junho em Bruxelas, segundo a comissária europeia.
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