Alassane Ouattara presta juramento como presidente da Costa do Marfim, encerrando cinco meses de crise
Ao menos 120 civis foram assassinados nos dias 5 e 6 de maio em ataques realizados no litoral da Costa do Marfim por milicianos leais ao presidente deposto Laurent Gbagbo e mercenários liberianos que fugiam de Abidjã, afirmou nesta segunda-feira o ministério da Defesa marfinense.
"Os últimos combatentes a serviço do ex-presidente Laurent Gbagbo eram mercenários liberianos e milicianos marfinenses. Tomaram como refém a comunidade de Yopugon (em Abidjã), mas ao fugir de lá, nos dias 3 e 4 de maio de 2011, dirigiram-se às suas regiões natais", indicou o ministério em um comunicado.
Yopugon, um imenso bairro popular no oeste de Abidjã --convertido em último bastião das forças pró-Gbagbo após sua prisão no dia 11 de abril-- foi a última região da capital econômica a ficar sob controle das Forças Republicanas da Costa do Marfim (FRCI), do presidente Alassane Ouattara.
Dirigindo-se à fronteira com a Libéria, estes homens armados mataram 120 civis, entre os quais mulheres e crianças, nos dias 5 e 6 de maio nas cidades de Irobo, Grand Lahou, Fresco e na região de Sassandra, ao longo do litoral a oeste de Abidjã, segundo o ministério.
Estas comunidades votaram a favor de Alassane Ouattara nas eleições presidenciais de 28 de novembro, segundo as autoridades.
NOVO GOVERNO
O presidente eleito da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, prestou juramento na última sexta-feira para assumir o cargo, encerrando oficialmente uma crise política que se arrastou por cinco meses e deixou centenas de mortos em confrontos entre forças dos dois lados.
Ouattara foi o vencedor das eleições na Costa do Marfim em novembro do ano passado, reconhecido pela comunidade internacional. Laurent Gbagbo, que já estava no poder, se recusou a renunciar e apelou ao Conselho Eleitoral por uma recontagem de votos, que favoreceu sua campanha.
A partir de então, forças dos dois lados se enfrentaram em confrontos que deixaram centenas de mortos e ameaçaram levar o país de volta à guerra civil de 2002 e 2003.
No começo de abril, pressionado pela comunidade internacional, Gbagbo se refugiou em um bunker no porão de sua residência em Abdijã, cercada por tropas de Ouattara.
As forças pró-Ouattara, dominadas pelos rebeldes que controlam o norte desde a guerra civil de 2002 e 2003, entraram em Abidjã no final de março, mas foram confrontadas durante dias por soldados leais a Gbagbo.
Diante de um cessar-fogo, ele chegou a negociar uma rendição com a França e a ONU (Organização das Nações Unidas). Pouco depois, contudo, voltou atrás e disse que não reconhece Ouattara como presidente.
O fim do impasse ocorreu depois que helicópteros franceses e da ONU destruíram as armas pesadas de Gbagbo, permitindo que as forças de Ouattara entrassem no complexo de Gbagbo e o prendessem.
O Conselho Constitucional, máxima instância judicial da Costa do Marfim, aceitou na véspera Ouattara como presidente da República, abrindo caminho para sua posse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário