O risco de morte em um desastre relacionado com o clima está diminuindo no mundo inteiro, mas os prejuízos econômicos gerados pelas catástrofes estão aumentando em todas as regiões devido à falta de investimentos, alertaram as Nações Unidas nesta terça-feira.
Danos à infraestrutura --escolas, centros de saúde, estradas, pontes-- estão crescendo exponencialmente em vários países de baixa ou média renda, apesar das melhorias nos sistemas de alertas, afirmou a ONU (Organização das Nações Unidas) em seu relatório global de redução dos riscos em desastres.
Países ricos também estão mais expostos, com danos em alta depois das inundações na Austrália e os terremotos no Japão e na Nova Zelândia neste ano.
"O progresso é ambivalente", disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no relatório apresentado em Genebra.
"Os atuais acontecimentos no Japão apontam para riscos novos e catastróficos que precisam ser antecipados", acrescentou, referindo-se ao terremoto e o tsunami que atingiram o nordeste do Japão em março e culminaram na pior crise nuclear do mundo nos últimos 25 anos.
DANOS EM 2011 SUPERAM 2010
Desastres já causaram mais de US$ 300 bilhões em prejuízos neste ano, praticamente o mesmo valor de todo o ano de 2010, disse um porta-voz da ONU, citando estatísticas do Centro de Pesquisa de Epidemiologia de Desastres.
As mortes em desastres relacionados com o clima, como inundações ou ciclones tropicais, estão concentradas na Ásia e o risco de fatalidades nestes eventos está caindo, segundo o relatório, que analisou dados enviados por 130 países.
"Todas as evidências que temos mostram que a mortalidade ainda cresce no caso de terremotos", disse Andrew Maskrey, principal autor do relatório, em apresentação para a imprensa.
Muitas mortes e ferimentos estão concentradas em catástrofes extremamente raras, como os 200 mil mortos no terremoto do Haiti em janeiro de 2010, disse.
Ainda que exista um bom progresso na criação de sistemas de alertas para retirar a população em caso de desastres, muitos países ainda não investem corretamente no combate às construções em áreas de risco, acrescentou o relatório.
"Uma das razões que explica o motivo dos países ainda não investirem em gestão de riscos para desastres está, para colocar de maneira simples, na natureza humana", disse Maskrey.
"Todos nós, seja como indivíduos ou como governos, tendemos a desacreditar enormemente em acontecimentos futuros de baixa possibilidade. Mas está claro pela evidência econômica que prevenir é sempre melhor", acrescentou.
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