BLOGGER FABIO LAZARINI

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

HUGO CARVANA MORRE AOS 77 ANOS,VITIMA DE CANCER DE PULMAO...(NEWS RIO DE JANEIRO)

Cerimônia no Memorial do Carmo, na Zona Portuária, acontece na manhã desta segunda, 6. Filho diz que cinzas serão jogadas na Floresta da Tijuca.


Amigos e parentes de Hugo Carvana se reúnem na manhã desta segunda, 6, para a cerimônia de cremação do corpo do ator, que acontece no Salão Celestial do Memorial do Carmo, na Zona Portuária do Rio. Os filhos e a viúva de Hugo Carvana, Martha Alencar, foram os primeiros a chegar ao local um pouco antes das 10h. Meia hora depois, as portas da sala onde foi colocado o caixão foram fechadas para os mais íntimos se despedirem do ator.  Carvana morreu aos 77 anos na manhã de sábado, 4, vítima de um câncer no pulmão. Ele lutava havia seis meses contra a doença e passou uma semana internado em um hospital do Rio. Carnava deixa a mulher e os filhos Pedro, Júlio, Rita e Maria Clara.

"O meu pai gostava muito da Floresta da Tijuca. As cinzas demoram por volta de uns três dias e vamos fazer uma cerimônia só para a família e escolher um local lá", contou Pedro, ao falar sobre o destino que a família dara às cinzas após a cremação. "Fico muito feliz com as homenagens que os amigos têm feito. O Carvana era uma pessoa muito querida. Aos poucos vamos percebendo o significado da saudade e vamos tentar transmutar esse sentimento em projetos que tenho certeza de que era o que ele queria", completou o filho.

Velório no Parque Lage
Durante a manhã e a tarde de domingo, 5,o corpo de Carvana foi velado em uma sala do Parque Lage, na Zona Sul da cidade. Os filhos e a mulher do ator, Martha Alencar, receberam o carinho de parentes e amigos famosos como Betty Faria, Milton Gonçalves, Lúcia Veríssimo, Andrea Beltrão, Otávio Augusto, entre outros. O caixão foi coberto com a bandeira do Fluminense, time para o qual o ator carioca torcia. "Ele bebeu demais, riu demais e amou a vida. Ele tinha um humor cortante, devastador, mas nunca rompeu com os limites do respeito. Estou meio desarticulada. Hoje é meu primeiro dia sem ele", declarou, emocionada, a mulher durante o velório.
"A partida do meu pai é dolorosa, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade de celebrar o que o Carvana deixou de legado. A mania de olhar a vida com humor, alegria e com a elegância de um vagabundo errante. Tem de tentar aproveitar para olhar um pouco a figura e trazer para os dias de hoje a alma de passarinho, a inocência e leveza que ele levava a vida", disse o filho Pedro durante o velório, fazendo referência a uma das maiores obras de seu pai, o filme "Vai trabalhar, vagabundo".
'Meu pai acreditava na sua cura'
Em conversa com o EGO na tarde de sábado, após a notícia da morte de Carvana, Rita, uma das filhas do ator, contou como ele vinha lidando com a doença, sempre com pensamento positivo. Nos últimos dias de vida, ele não abria mão de uma coisa: ter sempre por perto a mulher, Martha. "Ele só queria ficar com ela".
Rita também contou que Carvana trabalhou até os últimos dias de vida. Ele estava envolvido com o filme “Curto-circuito” com Antônio Fagundes: “Já tínhamos captado a verba e ele estava só fazendo algumas alterações no roteiro porque ele escreveu esse filme para o José Wilker. Ele ficou arrasado ao saber da morte do ator e amigo, mas convidou Fagundes para interpretá-lo”. Além disso, Carvana estava escrevendo uma série para TV Globo, fazendo o programa “Saidera”, no Canal Brasil, junto com Luiz Carlos Miele, Agildo Ribeiro e Antônio Pedro e ainda estava participando da feitura de um documentário de  Luelane Corrêa em sua homenagem.
Homenagem no Festival do Rio
No último sábado, 27, o Festival do Rio realizou uma sessão especial do filme "Vai trabalhar vagabundo", dirigido por Carvana, no Rio. Na ocasião, os filhos dele estavam presentes, mas Carvana não pôde comparecer já devido à saúde debilitada.  "Com a morte de Hugo Carvana uma parte da alma carioca desaparece. O Festival tem grande orgulho de ter prestado esta homenagem a ele, ainda em vida", diz Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio, por meio da assessoria de imprensa do evento.
Na página do Festiva do Rio, no Facebook, a organização do evento também escreveu sobre a morte de Carvana. "O Festival do Rio lamenta profundamente a perda deste grande ícone da malandragem carioca. Em meio à tristeza, nos sentimos honrados em ter prestado sua última homenagem ainda em vida e em ter contado com a presença de todos os seus filhos."
Amigos lamentam a morte
Para Paulo Betti a morte de Carvana "representa o fim de um estilo de representar, uma era de interpretação". "Ele tinha um estilo próprio, único, que desaparece com ele. Me deixa muito triste", disse o ator, no ar em "Império", ao EGO. Os dois trabalharam juntos em "A casa da Mãe Joana" e tinham projetos futuros. "Falei com ele pela última vez há três meses e ele estava bem animado", lembrou.
 Marcos Palmeira também lamentou a morte do amigo: "Eu sabia que estavam dando todo um suporte a ele, mas é uma perda muito grande. Carvana foi um grande companheiro, trabalhamos muito juntos e também aprendi com ele. A família dele também é incrível e somos todos amigos. Que ano... Muito triste". Otávio Augusto, que atuou com ele em sete projetos (incluindo o filme "Vai trabalhar, vagabundo"), disse que o ator e diretor foi um dos primeiros a recepcioná-los quando chegou no Rio. "Ele devia ser o embaixador do Rio de Janeiro. O Hugo me fez sentir à vontade. Desde então, nossa amizade nunca terminou. Éramos quase familiares. Ele faz parte da minha vida profissional e afetiva".
Marília Pera falou sobre a amizade que tinha com Carvana e sua família: "Fiz com o Carvana o primeiro filme do Eduardo Coutinho, o 'Homem que comprou o mundo', em 1967. Depois ele me dirigiu em 'Bar Esperança - O último que fecha'. Carvana e a mulher dele, Martha, e os filhos frequentavam a minha casa no Joá, no Rio. Éramos ligados pessoal e profissionalmente. Com sua morte, começamos a pensar nos artistas dos anos 70 e temos que nos preparar para a morte dos amigos e também a nossa um dia".
Família e amigos reunidos para a cremação de Hugo Carvana (Foto: Isac Luz/EGO)

Nenhum comentário:

Postar um comentário