BLOGGER FABIO LAZARINI

domingo, 8 de dezembro de 2013

VÍTIMA DE DRONE VIAJA A WASHINGTON E COBRA EXPLICAÇÕES...(WORLD NEWS)

 WASHINGTON - Faisal bin Ali Jaber, vítima de um ataque de drone americano, viajou 11 mil quilômetros até Washington em busca de respostas. 

Diante do deputado democrata Adam B. Schiff, da Califórnia, contou sua história: no ano passado, ele assistiu a mísseis disparados de drones incinerarem seu sobrinho e seu cunhado num vilarejo distante no Iêmen. Nenhuma das vítimas era da Al Qaeda. 

Eles estavam reunidos com três membros do grupo, na esperança de convencer os militantes a mudar de opinião.
"Isso realmente atribui um rosto humano ao termo 'danos colaterais'", disse Schiff.

Jaber, que é engenheiro, esforçou-se em vão para vencer o sigilo que cerca o programa de ataques com drones, ativo no interior do Afeganistão, do Paquistão e do Iêmen. Ele se reuniu com meia dúzia de deputados, além de funcionários do Conselho Nacional de Segurança e do Departamento de Estado. Recebeu condolências. Mas ninguém conseguiu lhe explicar por que seus parentes foram mortos nem por que a administração americana não está disposta a admitir que errou.

O cunhado de Jaber era um clérigo que tinha se manifestado publicamente contra a Al Qaeda pouco antes de ser morto pelo drone. Seu sobrinho era policial local e tinha acompanhado o cunhado, em parte para lhe dar proteção. Juntamente com uma série de outros ataques que resultam em mortes acidentais de inocentes, o bombardeio lançado em agosto de 2012, suscitou indignação no Iêmen.

Um funcionário iemenita de contraterrorismo telefonou a Jaber horas após o ataque para fazer um pedido de desculpas pelo erro. Jaber escreveu uma carta aberta ao presidente Obama, mas não recebeu resposta. A mesma coisa aconteceu com uma família paquistanesa que perdeu uma avó num ataque de drones e fez uma visita breve a Washington em outubro, aparentemente a primeira visita desse tipo ao Congresso.

Em maio, Obama reagiu às críticas crescentes e, em discurso proferido na Universidade Nacional de Defesa, em Washington, reconheceu que alguns inocentes foram mortos. O presidente prometeu mais transparência, mas a administração se recusa a discutir ataques específicos, a pedir desculpas ou a pagar compensação por ataques que deram errado.

Um esforço está sendo feito no Congresso para obrigar a administração a agir. 

O Comitê de Inteligência do Senado acrescentou à lei anual da política de inteligência a exigência de um relatório anual que especifique o número de combatentes e de civis mortos ou feridos no ano anterior em ataques de drones não incluídos em guerras convencionais. Schiff pretende apresentar à Câmara dos Deputados um projeto de lei semelhante.

A visita de Jaber foi patrocinada pelo grupo pacifista Code Pink, que organizou um protesto diante da Casa Branca para acompanhá-la, e pelo grupo de defesa dos direitos humanos Reprieve, sediado em Londres. Jaber adota uma atitude humilde em relação à tragédia que acometeu sua família. Diz que não ousa emitir uma opinião sobre o programa de ataques com drones, em si.
Quando lhe foi pedido que resumisse a semana que passou em Washington, respondeu: "Aprendi duas coisas. Primeiro, que o povo americano e suas organizações são muito gentis e bem-intencionados e que os parlamentares também foram muito simpáticos à minha causa. 

Mas, por outro lado, há políticos que parecem querer conservar tudo em segredo."
Jaber faz um relato angustiante do ataque. Ele estava em casa, jantando com vários familiares, quando ouviu um zunido vindo do céu. Olhando pela janela, viu um clarão e ouviu uma série de estrondos tremendos.

Quando chegou ao local atingido pelos mísseis, encontrou pedaços de carne humana chamuscada espalhados pelo chão.

Como a maioria dos iemenitas, Jaber deplora a influência da Al Qaeda em seu país, um dos mais pobres do mundo. Ele teme que os ataques com drones estejam incentivando mais militância e mais cólera contra a América. Mas, acima de tudo, está perplexo com o silêncio da administração americana.

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