Borboletas de Fukushima com anomalias (asas de tamanho desigual ou amarfalhadas)
Ainda não se conhecem os efeitos sobre a saúde humana do acidente nuclear que afetou Fukushima, no Japão, no ano passado. Mas cientistas japoneses já flagraram deformidades ligadas à radiação em borboletas que vivem na área do desastre.
Os efeitos, que incluem asas de tamanho desigual ou amarfalhadas, antenas com pontas duplas e olhos malformados, estão descritos em artigo na revista especializada "Scientific Reports".
A equipe liderada por Atsuki Hiyama, da Universidade das Ilhas Ryukyu, coletou borboletas da espécie Zizeeria maha. Elas são consideradas bons indicadores do estado do ambiente porque seu organismo é sensível a alterações ambientais.
Insetos que viviam nas vizinhanças do acidente foram coletados em maio e setembro de 2011 (o acidente ocorreu em março, quando os bichos estavam na forma de larva). Nas borboletas capturadas em março, já havia aberrações morfológicas leves, em 12% dos casos.
Alguns dos animais coletados foram então cruzados em laboratório, tanto entre si quanto com borboletas de outros locais.
O que os cientistas viram foi um aumento gradativo das anormalidades ao longo das gerações --aumento que também se verificou com as borboletas coletadas mais tarde na natureza.
Para os cientistas, os dados servem como sinal de alerta.
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